quarta-feira

Porque... sim!


Espalhem a notícia...





Durante 266 dias entoei esta música.
Durante 266 dias trouxe em mim o Menino.
Durante 266 dias também fui Maria.

quinta-feira

Festas



Sou feliz quando te saboreio em torpores de languidez e me escondo do frio debaixo de ti. È bom sentir que ainda não nos cansámos, ao fim de todos estes anos, de festejar diariamente a nossa cama, e o sofá, e …


Maria

Por favor...


... preciso desesperadamente de ti!

quinta-feira

Louva-a-deus

No telemóvel surge um número estranho. Atendo. És tu. Telefonas-me de uma cabine pública [é fascinante perceber que ainda existem cabines públicas?] com uma urgência na voz: “não me ligues mais para o telemóvel, nem para o emprego, não nos podemos ver nos próximos tempos, ela descobriu tudo, acho que contratou um detective.” Começo a rir, em gargalhadas que são cada vez mais intensas, já me dói o estômago. Do lado de lá, após o silêncio um piii contínuo martela-me o ouvido. Não sei se acabaram as moedas ou se desligaste porque te sentiste ofendido com o meu riso. Mas se me conheces sabes bem que o humor é a minha imagem de marca, que esta capacidade de me rir de mim, e consequentemente de nós, é o um dos meus sinais de inteligência.

Continuo a rir, os meus colegas de trabalho olham para mim. Apetece-me contar-lhes a história [porque tem mesmo graça] mas hesito, não vá o palhaço do fundo da sala achar que sou uma mulher fácil e começar a ser ainda mais insistente nos seus convites para o café.

Se lhes contasse teria de explicar que sou sempre eu que escolho, que insinuo, que rodeio, que seduzo, que devoro, que me lambuzo e que depois quando estou cansada, ao contrario da louva-a-deus, procuro um final feliz para cada uma das minhas histórias.


Assim, o fim torna-se tão estimulante quanto o início. Tenho que arquitectar um plano, executa-lo na perfeição de modo a que eles se convençam, em função das suas circunstâncias, que são eles que têm imperativamente que terminar a “nossa relação”. É fascinante preparar a armadilha, descobrir os contactos delas, conseguir que vão ficando progressivamente desconfiadas. Muitas vezes, torno-me amiga de amigas suas e insinuo que sei qualquer coisa [as redes sociais dão imenso jeito, é tão fácil ser amiga de uma amiga e combinar um almocinho e depois uma saída de solteiras e as conversas são como as cerejas e o mundo é tão pequeno].


Algumas são burras, confiam tanto nos seus homens que até dói [como se houvesse algum homem confiável!], aí tenho que ir mais longe e pedir ao meu irmão Vasco que brinque aos detectives [desde miúdo que é fan do Inspector Gadget e adora as histórias da mana mais velha], que os assuste, que os siga com o carro, que os fotografe. E eles ficam que nem coelhinhos encurralados, de olhos vermelhos e narizito arrebitado a cheirar o [suposto] perigo.


Este último palerma foi um desses, o Vasco entrou em cena e ele caiu que nem um patinho, até me ligou de uma cabine pública! [ esta ideia da cabine pública é delirante, o gajo acreditou a sério na perseguição do Vasco]. Pois não, lá se ia o património da senhora “esposa” que inclui o barquito onde no Verão fomos até ao Algarve.


Não era mau rapaz, aliás até tinha umas prestações muito eficazes, mas começou a ser meloso, muito sms, muita flor, muito telefonema e por fim o maldito : “amo-te”.


Porra, o amo-te é que mata tudo!


Cecília

O que é que nos aconteceu?

terça-feira

Passado (im)perfeito...




Passaram 15 anos.
Num pulinho passei do fim dos vintes para o princípio dos quarenta. Tenho agora algumas rugas e mais alguns cabelos brancos. Hoje estou mais consciente de mim, mais segura, mais magra, mais gira e muito mais feliz. Agora tenho filhos, uma família e um porto de abrigo.
Mas você continua em mim (não vale a pena negá-lo). Descubro-o em algumas esquinas da cidade, nas músicas que ouvíamos no seu carro, nos restaurantes escondidos, que eram os nossos, nos silêncios que partilhávamos nas noites que nunca foram integralmente nossas. Ainda guardo com ternura o arcaico telemóvel para o qual me ligava, uma agenda com algumas palavras escritas pela sua mão, os recados que me deixava nos hotéis (quando a minha vida era viajar pela Europa), os talões de embarque das vezes em que nos cruzámos nos aeroportos.
Aprendi a aceitar as nossas memórias, a sorrir quando me lembro de si, a esquecer os seus contornos angulosos, a sua virilidade, os seus abraços, e sobretudo o seu “não nos podemos voltar a encontrar”.
Tento imaginar como estará hoje, os seus quarenta de então serão cinquenta e muitos, talvez sessenta. Como é que estará?
Projecto-nos aos dois: e se você tivesse criado espaço na sua vida para mim, e se você tivesse querido ser mesmo o homem da minha vida (como durante tantos anos acreditei), e se os meus filhos tivessem sido nossos. Será que tínhamos sido felizes? Será que hoje ainda estaríamos juntos?
Ou um amor assim só pôde existir porque foi (e será) uma ficção minha?




Maria Sofia

Leva-me o medo.

O Beijo


Um beijo pode mudar tudo, não pode?

domingo

A&L, Lda.


Há 7 anos, ela disse-lhe que sim. Num fim de tarde chuvoso, ele respondeu-lhe que sim. Não trocaram alianças, ela não se vestiu de branco, ele não pôs gravata, (cada um deles já tinha cumprido anteriormente, com outros, esses chatos rituais sociais) apenas formalizaram o contrato, porque o que os uniria para a vida estava hà 4 meses dentro dela: o primeiro filho de ambos. Em noite de bruxas, certamente por elas abençoados, celebraram a sua união à beira mar com aqueles de quem gostavam e não com os que mandavam as convenções. Ainda hoje são assim: diferentes mas seguros, litigantes mas confiantes, discordantes mas inseparáveis, exactamente porque sabem que a sua relação assenta na profunda paixão pela liberdade. Ficar ou partir é sempre uma escolha, com custos é certo, e porque ambos já lhes conhecem os percursos, a escolha ainda continua a ser ficar. Hoje, no meio das montanhas, com o filho entre eles, debaixo da tempestade, (re)gritaram, bem alto, ao vento, os seus votos.

sexta-feira

O Convite


Não me interessa qual é o teu modo de vida. Quero saber o que anseias, e se ousas sonhar conhecer os desejos do teu coração.

Não me interessa que idade tens. Quero saber se arriscas procurar que nem um louco o amor, os sonhos, a aventura de estar vivo.

Não me interessa saber quais os planetas que estão em quadratura com a tua lua. Quero saber se tocaste o centro da tua própria dor, se estiveste aberto às traições da vida ou se encolheste e te fechaste com medo de outros sofrimentos! Quero saber se consegues sentar-te com a dor, a minha ou a tua, sem te mexeres para a esconder, disfarçar ou compor. Quero saber se consegues viver a alegria, a minha ou a tua; se consegues dançar com loucura e deixar que o êxtase te encha até às pontas dos pés e das mãos sem nos advertires para termos cuidado, sermos realistas, ou nos relembrares as limitações do ser humano.


Não me interessa se a história que contas é verdadeira. Quero saber se consegues desapontar o outro para seres verdadeiro contigo mesmo; se consegues suportar a traição e não atraiçoares a tua própria alma. Quero saber se consegues ser fiel e, por isso, digno de confiança. Quero saber se consegues ver beleza mesmo num dia não muito bonito, e se consegues alimentar a tua vida da presença de Deus. Quero saber se consegues viver com o erro, teu e meu, e mesmo assim ficar de pé à beira de um lago e gritar à Lua prateada, "Sim!".


Não me interessa onde vives nem quanto dinheiro tens. Quero saber se, depois de uma noite de dor e desespero, exausto, dorido até ao tutano, consegues levantar-te e ocupares-te das necessidades das crianças.

Não me interessa quem és, como chegaste aqui. Quero saber se permaneces no centro do fogo comigo sem te ires embora.


Não me interessa onde ou o quê ou com quem estudaste. Quero saber o que te sustém interiormente quando tudo o mais cai à tua volta.


Quero saber se consegues estar só contigo mesmo; e se verdadeiramente gostas da companhia que tens nos momentos vazios.





O CONVITE, de Oriah Mountain Dreamer, Maio, 1994


in INTELIGÊNCIA ESPIRITUAL, QEs, Danah Zohar e Ian Marshall, Ed Sinais de Fogo.

quinta-feira

As histórias de amor são banais?

Razões


No fundo da minha gaveta guardo cada palavra tua. No fundo do meu ser guardo cada desgosto que me infligiste. No fundo, apenas quero descobrir uma razão para partir ou para ficar. O que pesa mais: as tuas palavras de amor ou os teus gestos de egoísmo?


Filipa

segunda-feira

Gosto mais de ti...


... quando transformas o mundo só para satisfazer um capricho meu.
Obrigada.

quinta-feira

Perdas




Percorro com a ponta dos dedos os recortes das fotos do álbum bordado, com mil cuidados, pela minha mãe, numa aula de lavores.
Reencontro sorrisos (muitos), choros, birras, fatos de sevilhana e de nazarena e múltiplas árvores de natal artificiais.
Reencontro aqueles que partiram e os que nunca estiveram, sorrio com as palhaçadas da juventude, enternecem-me as fotos dos amigos que nunca mais vi.
E olho para ti, que me fizeste chegar a locais nunca sonhados e depois me deixas-te cair.
Paula

quarta-feira

Amo-te


Amo-te, quanto te vejo pôr a minha roupa na máquina.
Amo-te, quanto tentas organizar a desordem da minha vida.
Amo-te, quando arrumas as minhas caixas de revistas de moda.
Amo-te, quando me tentas lavar a alma e me limpas as lágrimas.

Desejo-te, quando me esfregas o corpo com lavanda.
Perco-me, quando mergulho em ti.


Mónica

terça-feira

sexta-feira

quarta-feira

Dá-me música


Pensando


Fecho os olhos e acalmo a respiração, para aparentar um sono tranquilo enquanto oiço os teus passos [descalços] em direcção ao quarto. Enfias-te na cama. Revolve-se-me o estômago quando penso como é que alguém se enfia na cama sem lavar os dentes, a cara as mãos, pelo menos… Raio dos gajos que são mesmo uns porcalhões. Depois penso que talvez queiras manter o seu cheiro, o seu sabor, os seus vírus e bactérias.
Adormeces depressa, ou não, eu é que não consigo adormecer.
Quando a tua respiração fica funda e os estertores do sono abanam o teu corpo, levanto-me. Arranco o telemóvel do bolso das tuas calças e percorro as listas de número marcados, de chamadas perdidas, depois passo aos sms, aos mms, e lá estão as mensagens do teu grande amigo Silva: a combinar horários, locais para almoçar, copos ao fim da tarde e reuniões fora de horas. O Silva é ela. O Silva só pode ser ela. Bem que a Ana me tinha avisado que te tinha visto com uma gaja num fim de tarde nos Pastéis de Belém. [mas quem é que hoje em dia marca encontros nos Pastéis de Belém? Só tu e a patega que assina Silva]. Ocorre-me uma ideia: corro para o escritório, ligo o portátil, entro no nosso banco, nas nossas contas e descubro quatro pagamentos VISA num motel xunga. Irra que além de asqueroso és burro. Tenho todas as provas nas mãos, tu nunca vais poder desmentir isto, tenho vontade de te acordar agora e de esfregar tudo isto na tua cara de insecto.
Mas, para quê? Vou tirar o pai aos miúdos, vou ter de vender esta casa, que adoro, vou baixar o meu nível de vida, vou fazer contas ao fim do mês, vou ser uma pobre divorciada aos olhos dos outros…

Afinal qual é o problema de andares entretido com uma gaja qualquer. Assim não me chateias na cama, o que aliás te agradeço, és um bom pai, ganhas bem, não nos damos mal, raramente discutimos, temos o Cruzeiro já marcado para as férias de Verão. Pensando bem, isto é ouro sobre azul.

Volto para a cama e tu, ao sentir o meu corpo a chegar, encostas-te a mim. Afinal somos um casal, temos uma família, um património, uma história. Já não nos amamos, mas o que é isso perante o que temos. E enquanto o teu braço me envolve a barriga penso de afinal talvez deva aceitar o convite do Pedro para almoçar, afinal há uns dois meses que ele anda a falar no assunto.
Anabela

quarta-feira

Anywhere

Dos Livros

“ Menino Afonso. O amor é eterno como as estrelas. Não sabemos nada das estrelas, como nada sabemos do amor. Muitas vezes encontramos no brilho distante de uma estrela a coragem necessária para atravessar noites de excessiva treva. Sussurramos desejos às estrelas-cadentes e confiamos as lágrimas à beleza de um céu estrelado. Não falo do céu metafísico, do céu povoado de deuses vingadores, desse céu demasiado terreno que, ao longo de séculos, tem construído uma história de horror e guerra.(…).Falo do céu que existe sobre as nossas cabeças demasiado ocupadas a esgravatar a terra. Das estrelas que vivem e morrem sem que saibamos, e que nos iluminam, se soubermos olhar para elas, como se fossem sempre a mesma, a estrela inicial. È assim a eternidade do amor – indiferente à vida e à morte, capaz de sobreviver à pequena cronologia da vida. Capaz, acima de tudo, de fazer a semivida presunçosa em que tantas vezes nos enredamos, uma vida verdadeira, votada à única coisa que interessa – o Amor.”

In Inês Pedrosa, "OS ÌNTIMOS" (93-94)
Nota: apetecia-me copiar todo este livro para aqui. Sublime na transparência da (im)perfeitude do amor.

Mistérios

Homens, que mistérios, que segredos, que diferenças.

Não sei coabitar com os seus afectos, com os seus tempos.

Há qualquer profunda incoerência na minha relação com eles: quando eu invisto eles desinvestem; quando eu após medonho sofrimento opto por partir, eles voltam para atrás; quando sou indiferente, eles envolvem-se; quando estou apaixonada eles fogem, abandonam.

Nunca consigo o equilíbrio, a partilha, a serenidade da confiança de um amor maior.


Dalila

Doida Solidão

São mais de 15 anos sem ti.
São mais de 15 anos só, mas contigo.
Não te despediste quando deixaste a minha vida vazia, e eu enchia de ti.
Repeti diariamente cada um dos teus passos, mantive todas as tuas rotinas, ouvi incessantemente as tuas músicas preferidas, reli todos os teus livros [que também deixaste para trás] nunca ocupei o teu lado da cama, sempre troquei as tuas roupas no armário com a mudança de cada estação do ano.
Ainda há dias fui a um concerto do teu cantor favorito à espera de [talvez] te encontrar na multidão.
Hoje parto eu desta casa.
A ambulância espera-me lá fora. Dois senhores [simpáticos] aguardam que acabe de arrumar as nossas coisas e que seleccione o que vou levar para a Clínica. “Só uma malinha, só uma malinha”, disseram, “porque lá vai ter tudo que necessita”.
Mas como é que 15 anos de vida vazia cabem numa malinha?


José

Adeus


Segredos


quarta-feira

Aproximam-se os 40

Olho-me ao espelho enquanto escovo o cabelo.
Todas as noites escovo o cabelo 100 vezes [como me ensinou a Irmã Ângela há muitos anos atrás] e penso na vida…
Na que escolhi, na que não tive, na que poderia ter tido e não quis.
Olho-me no espelho, escovo e cabelo e penso na vida.
Não sei se me arrependo das escolhas que fiz, mas sei que vão ser definitivas no que respeita a ser mãe.
Eu, que sempre me imaginei com meia dúzia de crianças minhas nos braços, sinto que só vou abraçar os meus sobrinhos.
Aproximam-se os 40 e não tenho uma relação estável.
Olho-me no espelho, caiem-me lágrimas, tenho ranho no nariz [escovo os cabelos com mais força].
Aproximam-se os 40 e só sou amante.
Escovo o cabelo [limpo o nariz] e penso em todas as relações que não consegui construir.
Aproximam-se os 40.
Olho-me ao espelho, sei que estou mais bonita que aos 20, ou mesmo que aos 30, sei que sou desejável, mas na alma sinto-me seca, como as pontas do cabelo que estou a escovar...
Sofia

quinta-feira

Recaída

Voltei ao início do ciclo, contrariei todos os meus planos, abandonei as minhas promessas. Recomeçaram os telefonemas, os (des)encontros…

Mas hoje, quebrou-se qualquer coisa de essencial ,não consigo definir ainda exactamente o quê, onde, como. Mas quando saí da sua garçoniere, inundou-me uma tristeza, uma amargura, senti-me sozinha [mais do que alguma vez estive] e tive medo.

Não sei se foi algum gesto seu , uma maior pressão no modo de me tocar, se os seus nebulosos silêncios, ou pura e simplesmente a evidência de uma masculinidade que eu já conhecia de outros braços, que me incomodou.

Em alguma coisa você foi igual, mesmo banal, e para mim era essencial que fosse em tudo completamente diferente. Reconheço que tal ambição era quase impossível, mas hoje, entre nós, senti fantasmas, outras pessoas presentes. Comparei-o e senti que em si igualmente estava latente outro alguém [eu também lhe devo ter trazido memórias].

Talvez tenhamos chegado ao ponto “x”, ao cume de tudo o que é possível entre nós. Partilhámos os corpos, partilhámos o chão [como nunca o tínhamos feito], mas continuámos incapazes de partilhar o essencial [e agora sei que jamais o faremos].

Você não me fez perguntas, não me disse nada [como sempre], não deu o passo em frente. E eu, estupidamente fiquei calada, não tive coragem para quebrar as regras e estragar este jogo “do sem compromisso, sem passado e sem futuro” e agora sei que, tal como temia, este nosso silêncio será eterno.

As minhas expectativas (?) hoje caíram por terra, a partir daqui não é possível mais nada.
Raivosamente choro. Nós temos um espaço [ou melhor, nós poderíamos ter tido um espaço] só que ele está vazio [qual de nós é que não o quis construir?]
Maria Ana

domingo

Ainda para Ti ...

Para Ti

António

Têm havido dias felizes... outros menos felizes na minha vida.

E sobretudo nesses menos felizes, lembro-me exactamente como me consolaste e me deste força.... mas sobretudo, como me ouviste. Sempre me deixas a sensação de que estiveste presente.

Obrigada por estares na minha vida!

Mas hoje apetece-me sobretudo lembrar-me ...

Lembrar-me daquela tua frase depois de termos feito amor... na primeira segunda-feira deste ano:

"Anda, anda fazer amor"!!

Apetece-me...
Helena

(porque não resisto a um grande amor posto as palavras e as imagens que a Helena me pediu. E quero dizer-te António [que não conheço], és um homem invejavelmente amado)

terça-feira

sexta-feira

Vingança


Regressas em cada inverno, cobres-me, de beijos e presentes, e partes nos primeiros dias de cada novo ano. Nessas semanas, sou meiga, sou submissa, sou a “tua” mulher, a mãe dos teus filhos, mas sou incapaz de te amar. Cada vez que te olho, que me abraças, que me apertas, que me pões as mãos em cima, evoco a outra família que construíste na cidade onde vives todo o ano.

Imagino uma outra mulher, diferente de mim, a quem deste a mão, como me deste a mim, enquanto paríamos os teus filhos. Imagino-te com eles, em cabriolices e cavalitas, em jogos de cócegas e gargalhadas, que com os meus nunca tiveste, porque nunca estavas. Sei que os meus te adoram, idolatram mesmo, este pai “fantasma” que telefona todos os domingos à tarde e surge uma vez por ano carregado de presentes.

Não sei porque me minto, porque te minto, porque lhes minto, e não grito que sei que ela existe, que eles existem, que vocês existem, durante todo o ano. Não sei porque estou aqui. Não sei …

Não sei porque não te conto, a verdade…toda.

Não sei porque não te conto, que nenhum dos teus filhos é biologicamente teu… (nem os meus, nem os dela). Não sei porque não te conto o nosso pacto, essa nossa pequena vingança, que acordámos mutuamente no dia em que descobrimos que estávamos as duas na tua vida.

Nunca desprezes uma mulher, nem a sua capacidade de fazer justiça.


Irene

terça-feira

Mensagens


Mensagens


Intimidade

Sei que não se agradece o amor.
O amor dá-se, troca-se, inventa-se, devora-se, lambuza-se, partilha-se, faz-se...

Sei que não gostas deste universo blog e que me impuseste nunca ser nele referenciado.

Mas não posso deixar de te agradecer os abraços, a paciência, a dedicação, a ternura, a tranquilidade, o silêncio, os sorrisos e os suores em que me envolveste nestes últimos dias em que me senti tão perdida.

Portanto, obrigada.


Maria

sexta-feira

às vezes o amor...

às vezes o amor....

Inveja

Doem-me todos os músculos do corpo. Tenho as costas queimadas da alcatifa. Tenho equimoses nas ancas. Quando penso em ti sinto um arrepio na barriga e um sorriso inunda-me o rosto.
Foi bom. Foi muito bom.
Eu sei que não perguntaste, mas o veredicto é: quero mais!
Bolas! Com a pressa não fiquei com o teu número telefone.
Que argumento é que vou arranjar para o pedir à tua mulher?
[sem que os meus olhos brilhem de inveja de ela te ter todas as noites].

Catarina

terça-feira