terça-feira

Blind Net

Conheço-te há três meses.
Falamos todas as noites. Geralmente adormeço contigo.
Já te contei toda a minha vida.
Julgo saber todas as tuas dores e humores, em pormenor.
És fascinante, romântico, inteligente.
A nossa sintonia é perfeita. No msn acabas as frases que começo a escrever.
Acredito em coincidências, e os nossos nicks completam-se.
Sinto que és o homem com que sempre sonhei.
Apaixonei-me por ti.

E hoje, pela primeira vez vou jantar contigo.
(Socorro! o que é que eu visto?)

P.S – Como é que te vou encontrar, se não te conheço os olhos…?

Andreia

Solidão

Qual é a maior solidão, a assumida ou a mascarada de uma relação?

Eva

quarta-feira

Felicidade

Espingalhas-me quando vens do mar. (não perdeste a mania de te sacudir como um cão molhado para cima de mim).
Depois, deitas-te a meu lado a lagartar ao sol.
Devagarinho as nossas respirações acertam-se. O sol acaricia-nos e inunda-nos.
O silêncio instala-se, a preguiça também, (nem o livro me apetece ler). Por vezes adormecemos, lado a lado (quem sabe se a partilhar os mesmos sonhos?).
Ao fim da tarde partimos, para o duche e para o amor.
Jantamos num sítio qualquer. Bebemos vinho, conversamos.
Todos os verões são assim.
Todos os verões sou feliz.


Cristina

segunda-feira

Reconheci-o

Hoje vi-o.
Reconheci o olhar, o gesto, o modo.
Reconheci o desejo.
Relembrei a cena.
(mas não era eu a actriz principal)

Quantas antes, quantas depois...
fui apenas um número numa estatística pessoal ?
O que é que você faz às emoções?


Catarina

Partir ou Ficar?

Seria tudo tão mais fácil se eu conseguisse definir o que é que quero de ti, identificado um objectivo, delinearia uma estratégia e lutaria para o alcançar. Mas não sei. A contenção, a castração são tão intensas que nem me permito sonhar a hipotética construção de uma relação.
É-me completamente impossível pensar uma relação com um desconhecido, com alguém de quem não conheço os tempos, os ritmos, os sonhos, os medos, a disponibilidade, a capacidade de se dar.

Paralelamente, vivo todas as resistências, todos os meus medos, a minha incapacidade de me expor, que é interna, profunda, inata.

Assim, presa num labirinto de não ditos e de fugas, sinto que não sou capaz... que não tenho resistência, que não posso mais continuar neste ritmo alucinante de nims... (só que absurdamente ainda quero!)

Racionalmente só me resta um caminho... o de te dizer que não sou capaz... que as regras deste jogo são demasiado duras para mim, e que como não sinto nenhuma legitimidade para as alterar, só me resta dizer-te que desisto, que me vou embora...

...assumo aqui, que na esperança vã de que me digas para ficar...
Daniela