segunda-feira

Partir ou Ficar?

Seria tudo tão mais fácil se eu conseguisse definir o que é que quero de ti, identificado um objectivo, delinearia uma estratégia e lutaria para o alcançar. Mas não sei. A contenção, a castração são tão intensas que nem me permito sonhar a hipotética construção de uma relação.
É-me completamente impossível pensar uma relação com um desconhecido, com alguém de quem não conheço os tempos, os ritmos, os sonhos, os medos, a disponibilidade, a capacidade de se dar.

Paralelamente, vivo todas as resistências, todos os meus medos, a minha incapacidade de me expor, que é interna, profunda, inata.

Assim, presa num labirinto de não ditos e de fugas, sinto que não sou capaz... que não tenho resistência, que não posso mais continuar neste ritmo alucinante de nims... (só que absurdamente ainda quero!)

Racionalmente só me resta um caminho... o de te dizer que não sou capaz... que as regras deste jogo são demasiado duras para mim, e que como não sinto nenhuma legitimidade para as alterar, só me resta dizer-te que desisto, que me vou embora...

...assumo aqui, que na esperança vã de que me digas para ficar...
Daniela