Espaço sem tempo e sem rumo. Puro exercício de escrita no prazer de contar histórias de amores perfeitos, ou talvez não ...
quarta-feira
Dos Livros
“ Menino Afonso. O amor é eterno como as estrelas. Não sabemos nada das estrelas, como nada sabemos do amor. Muitas vezes encontramos no brilho distante de uma estrela a coragem necessária para atravessar noites de excessiva treva. Sussurramos desejos às estrelas-cadentes e confiamos as lágrimas à beleza de um céu estrelado. Não falo do céu metafísico, do céu povoado de deuses vingadores, desse céu demasiado terreno que, ao longo de séculos, tem construído uma história de horror e guerra.(…).Falo do céu que existe sobre as nossas cabeças demasiado ocupadas a esgravatar a terra. Das estrelas que vivem e morrem sem que saibamos, e que nos iluminam, se soubermos olhar para elas, como se fossem sempre a mesma, a estrela inicial. È assim a eternidade do amor – indiferente à vida e à morte, capaz de sobreviver à pequena cronologia da vida. Capaz, acima de tudo, de fazer a semivida presunçosa em que tantas vezes nos enredamos, uma vida verdadeira, votada à única coisa que interessa – o Amor.”
In Inês Pedrosa, "OS ÌNTIMOS" (93-94)
In Inês Pedrosa, "OS ÌNTIMOS" (93-94)
Nota: apetecia-me copiar todo este livro para aqui. Sublime na transparência da (im)perfeitude do amor.
Mistérios
Homens, que mistérios, que segredos, que diferenças.
Não sei coabitar com os seus afectos, com os seus tempos.
Há qualquer profunda incoerência na minha relação com eles: quando eu invisto eles desinvestem; quando eu após medonho sofrimento opto por partir, eles voltam para atrás; quando sou indiferente, eles envolvem-se; quando estou apaixonada eles fogem, abandonam.
Nunca consigo o equilíbrio, a partilha, a serenidade da confiança de um amor maior.
Dalila
Não sei coabitar com os seus afectos, com os seus tempos.
Há qualquer profunda incoerência na minha relação com eles: quando eu invisto eles desinvestem; quando eu após medonho sofrimento opto por partir, eles voltam para atrás; quando sou indiferente, eles envolvem-se; quando estou apaixonada eles fogem, abandonam.
Nunca consigo o equilíbrio, a partilha, a serenidade da confiança de um amor maior.
Dalila
Doida Solidão
São mais de 15 anos sem ti.
São mais de 15 anos só, mas contigo.
Não te despediste quando deixaste a minha vida vazia, e eu enchia de ti.
São mais de 15 anos só, mas contigo.
Não te despediste quando deixaste a minha vida vazia, e eu enchia de ti.
Repeti diariamente cada um dos teus passos, mantive todas as tuas rotinas, ouvi incessantemente as tuas músicas preferidas, reli todos os teus livros [que também deixaste para trás] nunca ocupei o teu lado da cama, sempre troquei as tuas roupas no armário com a mudança de cada estação do ano.
Ainda há dias fui a um concerto do teu cantor favorito à espera de [talvez] te encontrar na multidão.
Hoje parto eu desta casa.
A ambulância espera-me lá fora. Dois senhores [simpáticos] aguardam que acabe de arrumar as nossas coisas e que seleccione o que vou levar para a Clínica. “Só uma malinha, só uma malinha”, disseram, “porque lá vai ter tudo que necessita”.
Mas como é que 15 anos de vida vazia cabem numa malinha?
José
Mas como é que 15 anos de vida vazia cabem numa malinha?
José
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