Há semanas que nos olhamos em silêncio.
Espio-te por cima do livro que (não) leio neste percurso á beira-mar. Tu pigarreias quando o comboio sacode e nesse instante levantas os olhos para mim. Eu baixo a cabeça. Saímos na mesma paragem e deixas-me sempre passar à tua frente como se me quisesses seguir, mas não segues. Eu desço para o metro e tu atravessas a Avenida para desaparecer até à manhã seguinte, onde recomeçamos a nossa dança do olhar.
Por vezes, antes de adormecer, juro a mim própria que será no dia seguinte que vou manter o meu olhar fixo em ti e obrigar-te a reagir nem que seja com um sorriso ténue.
Mas não consigo.
Não sei se o que me impede é a minha história, ou a tua, a que conta esse aro dourado que trazes no anelar esquerdo.
Diana
Espio-te por cima do livro que (não) leio neste percurso á beira-mar. Tu pigarreias quando o comboio sacode e nesse instante levantas os olhos para mim. Eu baixo a cabeça. Saímos na mesma paragem e deixas-me sempre passar à tua frente como se me quisesses seguir, mas não segues. Eu desço para o metro e tu atravessas a Avenida para desaparecer até à manhã seguinte, onde recomeçamos a nossa dança do olhar.
Por vezes, antes de adormecer, juro a mim própria que será no dia seguinte que vou manter o meu olhar fixo em ti e obrigar-te a reagir nem que seja com um sorriso ténue.
Mas não consigo.
Não sei se o que me impede é a minha história, ou a tua, a que conta esse aro dourado que trazes no anelar esquerdo.
Diana