É aqui dentro que me arranjo, que reflicto, que tomo as maiores decisões, e me descubro.
É aqui que sou absolutamente implacável comigo: na atenta observação de uma borbulha, de um cabelo branco, de uma ruga, de uma conchinha de celulite ou de mais um micro derrame na pele das pernas.
É só neste santuário que choro.
É aqui que sou absolutamente implacável comigo: na atenta observação de uma borbulha, de um cabelo branco, de uma ruga, de uma conchinha de celulite ou de mais um micro derrame na pele das pernas.
É só neste santuário que choro.
É aqui que uns dias descubro que nunca tenho nada para vestir e noutros crio a imagem perfeita do que sou ou do que quero transmitir aos outros.
É aqui que guardo o que fui [sim, ainda tenho os estafados All Stars do liceu] o que sou [lá estão os meus confortáveis Fly na prateleira do meio] e o quero ser (às vezes), [vivam os meus stilettos da prateleira de cima!].
Aqui dentro está toda a minha vida, desde as primeiras calças de ganga que me despiste, até à fita do cabelo [ainda suada] do parto do meu primeiro filho, até à tua lingerie preferida para aquelas noites especiais.
Estas gavetas contam histórias com colares, brincos, pulseiras, anéis, daqui e dali, a lembrarem uma viagem, um tempo, uma festa ou um delírio consumista.
No armário do fundo ainda guardo o meu primeiro vestido de noiva [o que nunca cheguei a vestir porque três horas antes de sair para a igreja descobri que não era ao lado dele que queria envelhecer], no cabide seguinte lá está um velho vestido de marinheira de uma peça de teatro amador em que participei, e logo depois o vestido comprido negro do baile de finalistas da faculdade.
Estes 8 m2 são eu: despida e vestida, arrumada e desordeira, criativa e desesperada, preguiçosa e frenética.
Este espaço é tão meu, que te peço: “nunca entres sem bater, ou melhor, nunca entres!”
É aqui que guardo o que fui [sim, ainda tenho os estafados All Stars do liceu] o que sou [lá estão os meus confortáveis Fly na prateleira do meio] e o quero ser (às vezes), [vivam os meus stilettos da prateleira de cima!].
Aqui dentro está toda a minha vida, desde as primeiras calças de ganga que me despiste, até à fita do cabelo [ainda suada] do parto do meu primeiro filho, até à tua lingerie preferida para aquelas noites especiais.
Estas gavetas contam histórias com colares, brincos, pulseiras, anéis, daqui e dali, a lembrarem uma viagem, um tempo, uma festa ou um delírio consumista.
No armário do fundo ainda guardo o meu primeiro vestido de noiva [o que nunca cheguei a vestir porque três horas antes de sair para a igreja descobri que não era ao lado dele que queria envelhecer], no cabide seguinte lá está um velho vestido de marinheira de uma peça de teatro amador em que participei, e logo depois o vestido comprido negro do baile de finalistas da faculdade.
Estes 8 m2 são eu: despida e vestida, arrumada e desordeira, criativa e desesperada, preguiçosa e frenética.
Este espaço é tão meu, que te peço: “nunca entres sem bater, ou melhor, nunca entres!”