domingo

A&L, Lda.


Há 7 anos, ela disse-lhe que sim. Num fim de tarde chuvoso, ele respondeu-lhe que sim. Não trocaram alianças, ela não se vestiu de branco, ele não pôs gravata, (cada um deles já tinha cumprido anteriormente, com outros, esses chatos rituais sociais) apenas formalizaram o contrato, porque o que os uniria para a vida estava hà 4 meses dentro dela: o primeiro filho de ambos. Em noite de bruxas, certamente por elas abençoados, celebraram a sua união à beira mar com aqueles de quem gostavam e não com os que mandavam as convenções. Ainda hoje são assim: diferentes mas seguros, litigantes mas confiantes, discordantes mas inseparáveis, exactamente porque sabem que a sua relação assenta na profunda paixão pela liberdade. Ficar ou partir é sempre uma escolha, com custos é certo, e porque ambos já lhes conhecem os percursos, a escolha ainda continua a ser ficar. Hoje, no meio das montanhas, com o filho entre eles, debaixo da tempestade, (re)gritaram, bem alto, ao vento, os seus votos.

sexta-feira

O Convite


Não me interessa qual é o teu modo de vida. Quero saber o que anseias, e se ousas sonhar conhecer os desejos do teu coração.

Não me interessa que idade tens. Quero saber se arriscas procurar que nem um louco o amor, os sonhos, a aventura de estar vivo.

Não me interessa saber quais os planetas que estão em quadratura com a tua lua. Quero saber se tocaste o centro da tua própria dor, se estiveste aberto às traições da vida ou se encolheste e te fechaste com medo de outros sofrimentos! Quero saber se consegues sentar-te com a dor, a minha ou a tua, sem te mexeres para a esconder, disfarçar ou compor. Quero saber se consegues viver a alegria, a minha ou a tua; se consegues dançar com loucura e deixar que o êxtase te encha até às pontas dos pés e das mãos sem nos advertires para termos cuidado, sermos realistas, ou nos relembrares as limitações do ser humano.


Não me interessa se a história que contas é verdadeira. Quero saber se consegues desapontar o outro para seres verdadeiro contigo mesmo; se consegues suportar a traição e não atraiçoares a tua própria alma. Quero saber se consegues ser fiel e, por isso, digno de confiança. Quero saber se consegues ver beleza mesmo num dia não muito bonito, e se consegues alimentar a tua vida da presença de Deus. Quero saber se consegues viver com o erro, teu e meu, e mesmo assim ficar de pé à beira de um lago e gritar à Lua prateada, "Sim!".


Não me interessa onde vives nem quanto dinheiro tens. Quero saber se, depois de uma noite de dor e desespero, exausto, dorido até ao tutano, consegues levantar-te e ocupares-te das necessidades das crianças.

Não me interessa quem és, como chegaste aqui. Quero saber se permaneces no centro do fogo comigo sem te ires embora.


Não me interessa onde ou o quê ou com quem estudaste. Quero saber o que te sustém interiormente quando tudo o mais cai à tua volta.


Quero saber se consegues estar só contigo mesmo; e se verdadeiramente gostas da companhia que tens nos momentos vazios.





O CONVITE, de Oriah Mountain Dreamer, Maio, 1994


in INTELIGÊNCIA ESPIRITUAL, QEs, Danah Zohar e Ian Marshall, Ed Sinais de Fogo.

quinta-feira

As histórias de amor são banais?

Razões


No fundo da minha gaveta guardo cada palavra tua. No fundo do meu ser guardo cada desgosto que me infligiste. No fundo, apenas quero descobrir uma razão para partir ou para ficar. O que pesa mais: as tuas palavras de amor ou os teus gestos de egoísmo?


Filipa

segunda-feira

Gosto mais de ti...


... quando transformas o mundo só para satisfazer um capricho meu.
Obrigada.