Levanto-me devagar. Procuro a roupa no chão. Enquanto me visto ressonas baixinho. Saio descalça. Só calço os sapatos na escada. Apanho o elevador. Corro para o carro. Desligo o telemóvel para que não me possas ligar quando acordares. Não gosto de mensagens lamechas, nem de promessas vazias. E por favor, não me venhas cá perguntar se gostei. Porque efectivamente, não gostei especialmente do teu desempenho. Esperava mais. Os teus olhos tinham-me prometido mais. Mas as tuas mãos não descobriram os meus exactos contornos, os teus lábios não tinham a intensidade necessária, não ouviste as minhas indicações e a tua insegurança deitou tudo a perder. E não me venham com a conversa que o tamanho não interessa. Porque interessa. Interessa e muito! Interessa tanto, que não vai haver segundo encontro.
Natália
Espaço sem tempo e sem rumo. Puro exercício de escrita no prazer de contar histórias de amores perfeitos, ou talvez não ...
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Mentiras (In)visíveis
..."O mais difícil do casal é que há sempre algum momento em que se tem de voltar para casa quando não se tem vontade. Não se pode estar a fugir constantemente. Existe um momento no qual tem de se bater à porta ou simplesmente entrar nesse lugar onde se vai construindo a golpes de martelo não se sabe se um colarzinho de ferro bonito se umas cadeias que prendem às paredes da casa conjugal. Bet ouve os barulhos íntimos do prédio, o barulho do elevador que pára no andar, o rodar das chaves na fechadura. «O que é que aconteceu, Alf? Como é que chegas tão atrasado?»E ele, escorregando sobre a evidência, no limite entre os ciúmes e a falsidade, entre a consciência pesada por ter estado a beber copos com o inimigo e a suspeita de estar a dormir com a sua inimiga, deixa-se levar e diz: «Já sabes. A reunião de trabalho, talvez haja novidades ...»."...
Joan Barril
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